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domingo, 26 de junho de 2011

Trabalho de Filosofia :)

“Jornais de bairro constroem cidadania”

Falando na Associação Riograndense de Imprensa, a secretária Vera Spolidoro promete descentralizar verbas do Palácio Piratini
 
A secretária estadual Vera Spolidoro afirmou neste sábado (11/6) em reunião na sede da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), em Porto Alegre, que considera os jornais de bairro parte da cadeia produtiva da mídia – excessivamente concentrada em poucos grandes grupos. “A descentralização é norteadora do nosso trabalho”, disse ela, apontando a pedagoga Claudia Cardoso, diretora de políticas públicas da Secretaria da Comunicação, como “o canal” de interlocução com blogs, sites, jornais de bairro e de segmentos sociais.

Em sua fala numa reunião geral de dirigentes e trabalhadores em jornais de bairro (há 22 desses veículos em atividade em Porto Alegre), a secretária condenou a insensibilidade das agências de propaganda diante da realidade da comunicação social nos bastidores da sociedade. “Os jornais de bairro são formadores de cidadania”, disse ela. Uma das hipóteses de trabalho em sua secretaria é que a companhia estadual de artes gráficas (Corag) passe a imprimir jornais de bairro por valores abaixo dos preços correntes no mercado.
Flavio Dutra, coordenador de comunicação social da Prefeitura de Porto Alegre, relatou que a partir de abril foi definida a veiculação de uma coluna paga nos jornais de bairro da capital. A coluna contém informações sobre a atuação da prefeitura em cada bairro. Como contrapartida a essa veiculação, ainda incipiente, Dutra está exigindo que os jornais comprovem a tiragem, inicialmente por meio de declarações das gráficas prestadoras do serviço de impressão.
Durante a reunião, presenciada por meia centena de pessoas, foram apresentados três “cases” de jornais de bairro. Gustavo Cruz Silveira, do Jornalecão, criado há 24 anos no Guarujá, contou que o veículo foi fundado por duas crianças de 11 anos – ele e o amigo Christian Borges – para arrecadar fundos para seu time de futebol. Erico Vieira, fundador do Bem Estar, contou que seu jornal nasceu de uma busca pessoal por melhor qualidade de vida.
O último a falar, Elmar Bones, do JÁ Bom Fim, que circula há 23 anos, lembrou que esta é a segunda tentativa de organizar os jornais de bairro, que possuem uma associação fundada em 1998. “Chegamos a ter 44 jornais em circulação nos 83 bairros da capital”, disse ele, lembrando que houve uma mudança em meados da década passada, quando “esse mercado foi devastado pela atuação predatória” da RBS, que lançou uma série de cadernos de bairros. Em conseqüência, os jornais de bairro caíram para 13.
Com a posterior suspensão dos cadernos da Zero Hora, os veículos das bases comunitárias estão voltando, mas todos reclamam o reconhecimento como mídia por parte dos órgãos públicos e agências de propaganda.
Disposta a amparar a retomada da imprensa enraizada nos quarteirões, a ARI inaugurou no sétimo andar de sua sede, na Av. Borges de Medeiros 915, uma sala para facilitar o intercâmbio dos jornais de bairro. A sala ficou sob a responsabilidade da professora Beatriz Dornelles, da PUC, que estuda os jornais comunitários e foi a primeira presidente da Associação dos Jornais de Bairro de Porto Alegre.
Segundo Paulo Tomazini, diretor do Jornal Floresta e atual presidente da associação, o primeiro jornal de bairro da capital gaúcha foi criado em 1954 em Ipanema. O fenômeno da mídia comunitária está difundido em todo o Brasil. Tanto que por iniciativa de um parlamentar carioca tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que determina a aplicação em jornais de bairro e de segmentos sociais 10% das verbas públicas de propaganda.                Por: Geraldo Hasse  |  Fonte: http://www.jornalja.com.br/

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